domingo, 11 de outubro de 2009

UM SONHO COM NOME


Vi-te hoje,
entre as brumas de um sonho.
Hablábamos,
hablábamos como me hablabas
en las calles de Habana
que los dos paseamos,
hablabas, pero no te oía.
O silêncio do teu sorriso
ecoava no meu sonho
e o teu sorriso era o mesmo,
o mesmo sorriso
com que meigamente me olhavas
com esses teus lindos olhos
cor de café.
Sempre te disse que via neles
um por do sol de despedida
que me arrepiava.
Depois,
no meu sonho,
deixámos deslizar
as nossas mãos de areia seca
como naquele dia
em que nos despedimos
prometendo, os dois, voltar.
Mas nesse dia,
nesse dia em que nos deixamos,
nesse dia nos perdemos
para sempre.

4 comentários:

mARa disse...

...há despedidas que são para um quase sempre, pois ainda carregaremos a presença constante em todos os dias, uma presença sem presença uma presença de lembranças. Há despedidas que são um até já e outras um até sempre. Pq. nos despedimos se o que queremos é ficar?

Beijos de Luz!

ótimo domingo com tudo de bom que desejares.

Lídia Borges disse...

São adeuses incompletos, esses que se fazem reencontros nos nossos sonhos.
É uma escrita linda, simples e "honesta"...

Paula Barros disse...

A foto me lembrou o carnaval de Recife e Olinda. As sombrinhas de frevo.

Muitas vezes nos perdemos para sempre, com despedidas, ou sem elas.
Gostei da forma que escreve.

Rosele disse...

Simplesmente pq às vezes é necessário dizer adeus...
Por quanto tempo, nunca se sabe...