Na quietude da noite
fui chegando
de um outro horizonte,
O teu corpo na cama espalhado,
dizia-me
que descansasse nele
o desejo de ti
que eu sonhado trazia.
Teus braços abertos
eram folhas de palmeira
em sonhos despertos
ou areia molhada na maré vazia
para acalmar o calor abrasado
que em meu corpo ardia.
Os teus seios,
os teus seios erectos
eram a fonte
onde a minha boca sedenta
teu desejo bebia.
Os teus olhos fechados
guiaram meu barco ao teu corpo,
o porto por mim procurado.
Minhas mãos foram amarras
que teu corpo prenderam.
A ancora, as pernas enlaçadas
que na cama larguei.
E com meu barco ancorado,
contigo
o fogo apaguei.