quinta-feira, 15 de outubro de 2009

TERRA CASTANHA


A terra castanha
desceu do morro
feita lama.
Com ela vinham as tábuas
castanhas,
outrora casas
plantadas no morro.
Com elas vinham também
os homens
as mulheres
as crianças
o fruto e as sementes
que haviam crescido no morro
com a terra castanha.
Misturados com a lama
vinham também os sonhos
das sementes
que não vingaram.

5 comentários:

Lídia Borges disse...

A derrocada da (des)humanidade dos homens.

L.B.

Zorze disse...

Já tinha vindo até aqui, mas, nunca comentando. Hoje vim com mais tempo.
Pelo que leio, a consciência que aqui escreve tem um profundo sentir as coisas e com o arrojo capaz de por vezes ir para lá... Lá do além.
Li poemas maravilhosos, decerto mais tempo dedicarei, a ler outros.

Abraço,
Zorze

mARa disse...

...com a lama vem entulhos, vem sentimentos de desilusão, com a lama sempre vem uma pergunta de um por que?
Por que a lama misturada com as lágrimas, por que? ...assim vamos...

Letras tristes Poeta!

Deixo-te um beijo com gotas de chuva apenas, pois aqui chove muito.

[vou postar o poema que deixou lá no Horizonte, uma homenagem a ti]

Ana Camarra disse...

Akhen

Ainda assim há sempre sementes que nenhuma derrocada aniquila.

beijos

Deusa Odoyá disse...

Olá meu lindo amigo.
Um poema lindo e triste.
Não deixes a saudade invadir teu coração, corra atrás de novos horizontes.
Um beijinho doce da amiga.
Regina coeli.