Menina do mato
pés sujos da terra da sua savana,
esquecida da guerra,
estendida no pano duma capulana
deitada na terra,
a menina do mato
a menina do mato
sonhava, sonhava.
O cheiro que a terra
e o verde capim
e o verde capim
para o ar deitavam
pela alvorada,
pela alvorada,
aquele agridoce de terra molhada,
um cheiro manhoso
que embriagava,
que embriagava,
um cheiro que o vento,
que o vento levava
para as flores lavar,
para as flores lavar,
deixavam a menina
na terra deitada,
deitada a sonhar.
na terra deitada,
deitada a sonhar.
E de tanto sonhar
a menina do mato,
sonhando,
parecia voar.
sonhando,
parecia voar.
Voava em tudo o que fosse
melro ou cotovia, java ou beija-flor
melro ou cotovia, java ou beija-flor
e do azul do céu
seu olhar sonhador,
seu olhar sonhador,
nas asas do catuíti
sonhava o que havia
para além da estrada de terra batida
que passava ali.
para além da estrada de terra batida
que passava ali.
Nas asas dos pássaros
que o céu cruzavam,
quando ela os olhava,
a menina do mato,
sonhando
sonhando
voava, voava, voava.
1 comentário:
Olá meu estimado amigo.
Um lindo poema.
Adorei sua menina do mato, que cheira a terra a natureza em sí.
Parabéns...
Obrigado por sua visita ao meu cantinho.
Beijinhos doces, meu amigo.
Regina Coeli.
Enviar um comentário