quinta-feira, 17 de setembro de 2009

FALA DO HOMEM PARA O homem


Clamas contra mim
sem nunca teres sofrido
o silêncio da solidão
do espaço onde me colocaste
e Eu
nesta imensidão perdido
nunca clamei contra ti
como tu clamaste!
Não!
Todos os teus males
foste tu que os engendraste.
A guerra
a fome
a miséria
a peste
a inveja
a ganância
e todos aqueles que se passeiam,
impunes,
pela terra que ganhaste.
Não!
Não clames contra mim
pelos males que te queimam
se foste tu que os inventaste,
nem me venhas dizer
que de todos eles,
um,
pelo menos,
foi aquilo que de mim herdaste.
A um filho
dá-se o que de melhor temos
e Eu dei-te
uma terra pura,
limpa de tudo que geraste!
Que sentes tu quando é recusado
o que a um filho entregaste
e vês no chão, caído, conspurcado
aquilo que criaste?
Não homem!
Que sabes tu de dor, de sofrimento
se afinal foste tu que alimentaste
os teus próprios tormentos?
Não homem,
Eu não clamo por ti,
apenas te lamento!

3 comentários:

Papoila disse...

Vim agradecer as visitas-
Maravilhosa esta fala do homem para o homem...
Beijos

Rosele disse...

Olá!!
Adorei esse papo do homem para o homem.
Como vc, também acredito que somos causadores de todos os nossos males...
Li o Aleph e adorei!! Veja o meu comentário lá!
Abraços!!

Lara Amaral disse...

Nossa, que interessante, está mesmo em sintonia com o meu poema.

Obrigada por me sugerir a leitura deste. Estou a te seguir.
Muito bom o seu blog.

Beijos.